terça-feira, 7 de julho de 2009

17 de fevereiro de1982

O ano de 81 estava chegando ao fim, e eu terminando o 2º colegial. No começo do ano viajei para os EUA em programa de intercâmbio, em julho fui para Recife com os amigos, e só pensava em sair com a turma, aguardando as férias de verão. Foi quando meu pai me disse: - Filho! Puxa, isso me lembra uma música... Meu pai me perguntou se não era o momento de procurar um aeroclube pra tirar o Brevet. Naquele momento a última coisa que eu queria era arrumar compromisso com horário e estudos, então eu desconversei. Mas ele insistiu no assunto, e eu agradeço por sua insistência e apoio, pois então eu fui ao Aeroclube de São Paulo, no Campo de Marte, e me matriculei no curso teórico para Piloto Privado, dando assim o primeiro passo. Três meses de curso, de segunda à sexta feira das 19 às 23 horas, para no final fazer a prova do DAC com as matérias de regulamentos, teoria de vôo, conhecimentos gerais de motores, navegação e meteorologia. Ao mesmo tempo poderia iniciar as aulas práticas em avião Piper 28 para duas pessoas. Previsão de 40 horas de vôo para então se aprovado em vôo de check, tirar o Brevet. No dia 17 de fevereiro, já de posse do exame médico feito no Hospital da Aeronáutica (um bom tema pra um próximo Post) fui para o aeroclube para meu primeiro vôo. Os instrutores eram também bastante jovens, e o escalado foi o Ottoni, que foi com quem fiz também o meu segundo vôo. Os vôos duravam em média 60 minutos, e a área de treinamento naquele dia foi a região de Franco da Rocha, próximo a Mairiporã. Fizemos umas manobras básicas, curva para um ledo, curva para o outro, enfim, uma familiarização com o vôo. Este instrutor foi mais tarde meu colega de Varig, quando fomos colegas no B 737 e MD-11, aliás, não só ele, mas vários outros colegas de Aeroclube. Após uma hora de vôo, pousamos de volta. Foi maravilhoso! Voltei eufórico para casa , e fui me encontrar com os amigos (Olavo, Cymbalista, Fábio Mantegari e Cali) em um barzinho, sendo que me lembro até hoje da camisa que estava usando. Foi um dia mágico. Assim o ano de 82 passou voando para mim. Cursando o terceiro colegial, seria natural que eu estivesse preocupado com o vestibular, mas meu foco era a aviação, assim em maio fui aprovado no exame teórico do DAC. Nos finais de semana quando ficava em São Paulo, ia para o Aeroclube fazer mais uma horinha de vôo. Meu pai bancou o custo das horas de vôo, mas também tive contribuições de minha mãe, e meus avós. Com cerca de 20 horas de vôo, fazíamos o primeiro vôo solo, quando o instrutor descia do avião (geralmente isso acontecia em Jundiaí, que era a principal área de treino) e então saíamos para um vôo de 15 minutos sozinho.Em dezembro de 82, com 17 anos tirei o Brevet de piloto privado, ao mesmo tempo em que passei e me matriculei no curso de Administração de Empresas na PUC em São Paulo. Tinha habilitação para pilotar um avião sobre a cidade de São Paulo, mas não podia dirigir até a esquina de casa. Mais um verão chegou e eu já estava pensando no próximo passo: Brevet de Piloto Comercial, para poder exercer a profissão.

5 comentários:

  1. Confessa que aos 17 anos v. não podia dirigir até a esquina mas... dirigia até o Campo de Marte !

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  2. Acho que não dirigia não, não é do perfil. Piloto é CDF, segue regras e manuais, isso é um estilo de vida.

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  3. Na verdade eu dirigia sim! No verão de 83 iniciei mais um curso teórico no Campo de Marte. 5 dias por semana das 19 às 23. Mês de janeiro, cidade vazia, meus irmãos viajando e a Brasília 81 da minha irmã parada na garagem. Já sabia dirigir na cidade, minha mãe, confiava na minha "direção", minha outra opção era ônibus ou esquema de carona no sinal, ou mamãezinha leva e busca. Então fui autorizado a roubar a Brasília da irmã! Era janeiro, e no final de março completaria os 18 anos. Deu tudo certo, incluindo uma quase batida na saída do "buraco do Adhemar" às 11 e pouco da noite. Obrigado irmazinha querida, saudade da sua Brasilia branca. Bj B.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. E só agora eu fico sabendo? Isso explica o sumiço da minha fita cassete Emotional Rescue no verão de 82, mistério que há anos em venho tentando decifrar.

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