sexta-feira, 10 de julho de 2009

Acrobacias no Planalto Central

Quando estou em Brasília aproveito para encontrar meu cunhado Gerard. Naquela ocasião ele me buscou no aeroporto à noite, e em vez de seguir para o hotel com a tripulação, fui dormir na casa dele. No dia seguinte saímos cedo para um programa diferente. Junto com dois outros amigos, um deles dono de um aviãozinho de acrobacia, decolamos no avião do meu cunhado do aeroporto internacional em direção a Luziânia. O avião, um RV-10 para 4 pessoas, fez o percurso em pouco mais de 15 minutos até a pista do aeroclube em Luziânia, onde o amigo dele, o Broda, possui junto com outro aviador, um Bucker reformado e super bem cuidado. O Bucker é um avião bi-plano, projeto alemão de 1930, usado pela Luftwaffe como avião de treinamento na 2º Grande Guerra, portanto altamente adequado a manobras de acrobacia. O Broda, foi comandante na Transbrasil, e atualmente pilota jatos executivos, além de qualquer outro aviãozinho pequeno que aparecer pela frente. Digo isso, pois estes foram meus argumentos para tranqüilizar minha mulher e filha que ficaram preocupadas, ou melhor, enlouquecidas com meu passeio, achando que eu fui super irresponsável! Além disso, como argumento pró segurança, durante o vôo, usamos pára-quedas! Segundo o Broda, o avião não tem possibilidade de quebrar, porém há sempre uma possibilidade, ainda que remota, de durante alguma manobra haver uma colisão com outro aviãozinho, afinal as manobras são realizadas próximo a área do aeroclube. Antes da decolagem, o piloto dá uma explicação das manobras a serem realizadas, bem como o procedimento para caso de emergência. Como desafivelar o cinto de segurança corretamente, e após pular, como ativar o pára-quedas, e em caso de falha, com ativar o pára-quedas reserva. O interessante é que ele diz que se houver uma necessidade de saltar, ele vai gritar: SALTA! Porém o que eu provavelmente vou ouvir será : SALTAaaaaaaaa.... Significando que ele já saltou! Outra coisa que é enfatizada antes do vôo, é que é normal algumas pessoas enjoarem, e que se isto acontecer, é bom avisar logo, não esperar a situação ficar crítica, caso contrário, corre-se o risco de passar o dia inteiro enjoado, além da possível sujeira naquele aviãozinho tão bem cuidado. Decolamos, ou melhor, ele decolou. Eu no assento da frente e ele no de trás, com touca e óculos, me sentindo o Barão Vermelho. As manobras são loopings, parafusos, vôo de cabeça para baixo e outras piruetas não tão radicais. Ele pilotando e eu curtindo, sendo que no vôo de cabeça para baixo, sentimos a pressão do cinto de segurança nos segurando pelos ombros. Foi final do vôo quando ele me instruiu para comandar as manobras que eu comecei a ficar enjoado. Talvez por deixar de olhar para fora curtindo o visual, tendo que dividir minha atenção para o painel, olhando para o velocímetro e outras informações, meu labirinto ficou confuso. Dei o sinal que não estava me sentindo muito bem, que estava satisfeito com o passeio. Acho que não foi tanto por mim, mas sim temendo que eu sujasse tudo, com o agravante que ele, o Broda, estava no assento de trás, correndo o risco de receber aquilo que eu pudesse por para fora. Sei que em menos de 2 minutos já estávamos pousando de volta, e 30 minutos depois já estava bem novamente. Enquanto eu me recuperava ele saiu para outro vôo, este sim com manobras para lá de radicais. Mais tarde decolamos no RV-10 do Gerard de volta à Brasília. Esta não tinha sido a primeira vez que eu fazia vôo de acrobacia, mas certamente foi a melhor experiência!


  • Reparem na primeira foto como está lindo o Bucker.
  • Na segunda foto dá para observar ao fundo o RV-10 do meu cunhado Gerard.
  • A última mostra o sofisticado painel de instrumentos.






Um comentário:

  1. que fantastico !!! nao sabia que haviam no brasil replicas do Bucker. Eu sonho em construir uma replica de um Fi 156 Storch.gostaria de conhecer o seu cuhado, ele mesmo construiu ?

    Vlad
    vlad.poenaru@bol.com.br

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