quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Meu cunhado piloto

Tenho um cunhado, irmão da minha mulher, que depois de muitas aventuras em terra e mar, decidiu que era hora de conquistar o ar. Em 2005 tirou brevet para voar Ultraleves, e hoje, além da licença de piloto privado, está em treinamento para tirar habilitação para vôo por instrumentos. Em Brasília ele freqüenta um clube de ultraleves aonde há uma pista, hangares com infra-estrutura de fazer inveja a muitas casas de campo e uma turma muito unida que se reúne para conversa, churrascos e revoadas para os mais diversos cantos. Em 2006 tive a oportunidade de voar com ele em um ultraleve anfíbio sobre a cidade e o lago Paranoá. Havia muitos anos que eu não entrava em um aviãozinho (turma da Apub, me perdoem o termo!), ainda mais em um anfíbio. A primeira e única vez que eu tinha voado de ultraleve havia sido em 1983, quando ultraleves eram sinônimo de aventura perigosa, eram abertos, de lona e se voava de capacete, sentado em um assento tipo “marfinite” de plástico. De lá para cá, estas máquinas evoluíram muito, seja no material, motor, equipamentos e instrumentos. Assim, cheio de confiança nele e em Deus, embarquei num Super Paturi e decolamos da pista da Apub (Associação de Pilotos de Ultraleve de Brasília) numa tarde de sol. Devo fazer uma correção, pois não decolamos, quem decolou foi ele! Embora eu tivesse cerca de 13 mil horas de vôo, e ele umas 100, sem dúvida ele estava mais qualificado que eu para operar aquela aeronave! Voando há muito tempo na aviação comercial, sente-se falta de instrumentos, horizontes artificiais, comandos hidráulicos e outros equipamentos que no Super Paturi não há. Outra diferença brutal era que na época eu estava voando o MD-11, avião que decolava com até 272 toneladas de peso; sendo que sentado na cabine de comando, ficávamos a 5 metros do chão, e no momento do pouso, bem mais que isso. Já no Paturi, o peso máximo de decolagem é de 600 quilos e, quando pousados no lago, fica-se com o traseiro abaixo da “linha d’água”. Portanto, nem me atrevi a pousar e decolar, apenas pilotei um pouco e curti o visual e o pouso no lago. Também voei com ele um RV-9 e depois um RV-10, que são maiores e mais bem equipados que o Paturi. Atualmente ele está com um Lancair, que é um monomotor para 4 pessoas e motor turbohélice. Sem dúvida mais seguro que os demais em função da hélice ser movida por uma turbina e não por um motor a pistão. Mas num vôo que fiz com ele de Lancair para Itumbiara, confesso que algumas vezes olhava para a asa e para o velocímetro indicando 250 nós (460 km/h) de velocidade e senti saudade do Pelican, um outro ultraleve que ele teve, e que por voar mais devagar parecia ser mais seguro. Neste Pelican, minha filha foi com ele para Niquelândia, e na volta foi a vez do meu filho. Haja confiança no cunhado! E haja argumentos para minha mulher permitir tal aventura. Aliás, recentemente neste mesmo Pelican ele e sua mulher estavam chegando em Brasília quando o motor parou! Ele se preparou para um pouso forçado em um terreno baldio, enquanto ela se segurou e confiou “Nele”! O pequeno ultraleve se acabou, mas eles nem se arranharam. Eu disse a minha mulher que isto foi a prova de que o ultraleve é seguro, e que ela pode confiar no irmão, mas não sei porque, ela concluiu justamente o oposto!

Um comentário:

  1. Boa cmde, estou lendo desde ontem o blog e cheguei por aqui rs, moro em brasilia e pretendo iniciar meu pp, possuo 18 anos.

    parabens pelo blog.

    ResponderExcluir